Este blog foi oferecido a Santo António, perante o seu altar, na sua santa casa de Lisboa, para sua honra e glória nos Céus e na Terra

(Por irmã franciscana da OFS Santo António de Lisboa à Sé)


Transmissão em directo da igreja de Santo António de Lisboa à Sé

Watch live streaming video from stantonius at livestream.com
Mostrar mensagens com a etiqueta Pão dos Pobres de Santo António. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Pão dos Pobres de Santo António. Mostrar todas as mensagens

18/02/12

O Pão dos Pobres de Santo António - Igreja de Santo António de Lisboa à Sé



Nada mais tradicional e profundamente enraizado no coração do povo cristão de todos os lugares e também não cristão do que o "PÃO DE SANTO ANTÓNIO"! 

Qual a origem histórica desta tradição? Difícil dizê-lo exactamente, mas liga-se a dois factos relacionados, é claro, a Santo António, nascido em Lisboa, Portugal, por volta de 1195, com o nome baptismal de Fernando, membro dos Cónegos Regulares de Santo Agostinho antes, frade franciscano depois, e falecido em Pádua, Itália, no dia 13 de Junho de 1231.


O primeiro facto relaciona-se directamente com a vida do Santo e perde-se nas brumas do tempo, do lugar e das pessoas, se quisermos contá-lo com rigor científico.

Conta-se, pois, que Frei António vivia, já famoso pelas suas prega­ções c caridade, no humilde conventinho de Santa Maria Mater Domini, em Pádua. Um dia, como já era costume naquela época, penosa pela pobreza, veio bater à porta do convento um pobrezinho, pedindo algo para comer. Quem o atendeu foi Frei António, que, indo à despensa, pegou no pão - alimento tão precioso naquela época, sem dúvida mais do que hoje- preparado pelo frade cozinheiro e padeiro com tanto carinho. Não foi o único pobre atendido, nem o único pão dispensado por Frei António. Facto foi que a caixa do pão, pouco antes da refeição dos frades, ficou vazia e, qual não foi o desapontamento e quase impaciência do frade cozinheiro quando, pouco tempo antes da refeição, se encontrou diante do facto consumado da falta de pão para a refeição dos co-irmãos que já se estavam dirigindo à capela para a oração. Encontrando-se com Frei António, o frade cozinheiro manifestou-lhe a situação crítica em que se encontravam ele e seus confrades, quase na hora da refeição. 
 Diz-se que Santo António, sorrindo, lhe bateu nas costas dizendo: "Não se preocupe, irmão! Deus há-de providenciar!" De facto, ao voltarem os frades da oração para o refeitório, a caixa estava cheia de pães, causando surpresa ao frade cozinheiro!


O outro facto se refere a um devoto de Santo António, há muitos séculos longe da vida terrena do Santo, como também muito longe de nós. Ouvi-o do Reitor da Basílica de Santo António, em Pádua.

Deu-se em Portugal. Uma senhora tinha sua filhinha, única, acometida de uma doença misteriosa, sem que os médicos pudessem diagnosticar para buscar uma terapia adequada. Numa das costumeiras consultas, o médico olhou para a mãe e disse-lhe: "A Sra. acredita em Deus?" E prosseguiu dizendo: "Não estamos conseguindo descobrir o que possa ter essa criança ... Tome este remedinho. O resto está nas mãos de Deus!!!"

Então, esta mãe saiu daquele consultório mais angustiada do que quando entrara. Voltou para casa e foi para o quarto onde tinha com veneração - relíquia de família - uma pequenina imagem de Santo António. Diante dela acendeu uma vela e, misturando à sua chama, a chama da fé - como só as mães sabem fazer, rezou:
"Santo António! Sei que és intercessor poderoso para nós junto a Deus nosso Pai. Vê a situação desta minha filhinha que é o que de mais caro eu tenho na vida. Se intercederes junto a Deus pela cura desta minha filha, eu prometo por toda a minha vida, seguindo a tua caridade para com o próximo, no dia 13 de Junho, dia da lembrança de tua morte bendita, dar aos pobres tantos quilos de pão quantos forem os quilos do peso de minha filha".

Dito e feito! A filha ficou boa. A mãe manteve a promessa até o fim da vida. Outras pessoas espalharam a devoção e costume também para as terças-feiras, dia do sepultamento do Santo, e até hoje perdura esta obra benemérita do "Pão de Santo António".


Por isso, na bênção dos pães se diz: "Senhor Jesus Cristo, abençoai estes pães como abençoastes os cinco pães no deserto, para que, todos os que deles comerem, possam obter saúde da alma e do corpo, paz e harmonia na família e partilhar com os irmãos necessitados os bens recebidos de Deus!"


Todos esses factos aconteceram? Não aconteceram? São históricos? Não são históricos?

Não vêm ao caso nesta nossa presente reflexão.

O que importa mesmo - e este é um facto histórico - é que Frei António tinha um carinho especial pelos pobres, pelos humildes. Um quase seu contemporâneo, morto em 1245, célebre teólogo em Paris, Jean de la Rochelle, escrevia: "Nós não ouvimos em nosso tempo um consolador tão doce para os pobres como Santo António, nem alguém tão áspero contestador dos poderosos". 

Frei António colocou tudo o que era e tinha: classe nobre de nascimento, doutrina pelos estudos feitos, capaci­dades humanas inigualáveis, tudo ele colocou a serviço fraterno e leal dos pobres e dos marginalizados. Foi a sua escolha evangélica. E disso o povo humilde e pobre jamais se esquece. Ontem. Hoje. E sempre!


Frei Geraldo Monteiro, OFM Conv.
Fontes: Revista Franciscana, Volume 5 (2005), n. 8, p. 70-72
              http://www.taufrancisco.com.br/internas.php?id=1401 


 O Pão dos Pobres 
na 
Igreja de Santo António de Lisboa à Sé


Junto ao retrato milagroso de Santo António existe uma antiga caixa de esmolas destinadas ao Pão de Santo António. A caixa em madeira pintada está assente no chão, como podemos ver na fotografia e, apresenta na sua face, uma placa que diz precisamente, "Pão de Santo António".




O espaldar desta caixa regista ainda um belo elemento iconográfico antoniano, ou seja, uma pintura de Santo António, em que o santo segura na mão direita um pé de açucena e, no braço esquerdo, tem ao colo o Menino Jesus.





A Igreja de Santo de Lisboa à Sé mantém a tradição da distribuição do pão abençoado de Santo António, aos pobrezinhos e sem-abrigo de Lisboa que ali acorrem, às dezenas, todas as segundas-feiras ao fim da tarde.






























































BÊNÇÃO DO PÃO



 
V. O nosso auxílio está no nome do Senhor
R. Que fez o Céu e a Terra
V. O Senhor esteja convosco
R. Ele está no meio de nós

Senhor Jesus Cristo, pão dos Anjos, pão vivo da vida eterna, 
dignai-Vos abençoar este pão, assim como abençoastes os cinco pães no deserto, 
a fim  de que todos os que o saborearem, dele obtenham a saúde do corpo e da alma: 
Vós que viveis e reinais com o Pai na unidade do Espírito Santo, Amén.
 

01/09/10

Santo António e Madre Teresa de Calcutá - O Pão para os Pobres



Neste recentíssimo livro publicado pela Editora Arcádia sobre a Madre Teresa de Calcutá da autoria de Leo Maasburg, sacerdote austríaco que a acompanhou durante muitos anos como conselheiro e tradutor, ressalta uma pequena mas maravilhosa história sobre Santo António.

O texto que se apresenta entre aspas foi transcrito fielmente do referido livro, apresentando-se no final das frases a respectiva referência bibliográfica “autor, ano, página”.


A história é esta:

-->O Padre Leo Maasburg aguardava ansiosamente no aeroporto de Roma a chegada de Madre Teresa que se disponibilizara a levar, na sua mala diplomática, uma caixa bem acondicionada com todos os filmes e fotografias que havia feito sobre o trabalho das Irmãs da Caridade em Calcutá.

Enquanto esperavam na sala da recolha da bagagem, todos as caixas que Madre Teresa tinha trazido consigo apareceram, menos uma. Faltava precisamente a caixa do Padre Leo com os filmes e as fotografias! 
A preocupação e desilusão foram enormes mas, com o seu apurado sentido prático, Madre Teresa aconselhou-o a "prometer alvíssaras ao Santo António, conhecido no Céu como responsável pelos perdidos" (Maasburg 2010: 87).
Seguindo o conselho de Madre Teresa, o sacerdote prometeu ao Santo António 50 dólares americanos se a caixa finalmente chegasse a salvo ao seu destino. No entanto, ao fim de dois dias ainda não tinha chegado pelo que os funcionários da alfândega já a davam como definitivamente perdida.
Com grande mágoa, foi falar com a Madre Teresa. Ela então perguntou-lhe:
“- O que é que prometeste ao Santo António?
 - O que a senhora me disse: cinquenta dólares!
 - Pois, está bem. Mas tens de lhe prometer cinquenta dólares para «pão para os pobres»! A isso, ele é particularmente sensível.” (Maasburg 2010: 87)
O Padre Leo renovou a sua promessa a Santo António, mas desta vez achou por bem duplicar a quantia para 100 dólares. Quando voltou ao aeroporto, passadas duas horas apenas, a caixa com os filmes tinha chegado, para grande surpresa de todos.
Na alma do Padre Leo nascia, contudo, uma questão: “o que é que terá motivado o Santo António a dar este desfecho ao caso? O facto de eu lhe ter prometido «pão para os pobres» ou o ter aumentado a quantia de cinquenta para cem dólares?” (Maasburg 2010: 88)

Eis a opinião da Irmã Franciscana:
Creio que não havia sequer razão para ter dúvidas, mais a mais a resposta já lhe tinha sido dada por Madre Teresa:
“PÃO PARA OS POBRES”! A ISSO, ELE É PARTICULARMENTE SENSÍVEL!”


 Fica aqui a lição de Madre Teresa e de Santo António. Duas almas “sensíveis” aos pobres dos mais pobres. Da minha alma salta apenas a questão: “Santa Madre Teresa, também é mais sensível aos pedidos feitos com o pensamento no pão para os pobres? Tenho a certeza que sim.

Santo António distribui o pão pelos pobres


Não esqueçamos, pois, de prometer a Santo António no Responso, qualquer coisa mais para o pão dos seus pobres. 
A certeza de sermos atendidos será infinita!


RESPONSO DE SANTO ANTÓNIO

Se milagres desejais,
recorrei a Santo António;
vereis fugir o demónio
e as tentações infernais.


Refrão:

Recupera-se o perdido,
rompe-se a dura prisão
e no auge do furacão
cede o mar embravecido.


Pela sua intercessão
foge a peste, o erro, a morte,
o fraco torna-se forte
e torna-se o enfermo são.


Refrão:

Recupera-se o perdido...


Todos os males humanos
se moderam, se retiram,
digam-no aqueles que o viram;
digam-no os paduanos.


Refrão:

Recupera-se o perdido...


Glória ao Pai, e ao Filho e ao Espírito Santo.


Refrão:

Recupera-se o perdido...


V: Rogai por nós, Bem-Aventurado Santo António.
R: Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.


OREMOS

Deus eterno e omnipotente: Vós quisestes que o Vosso povo encontrasse e Santo António de Lisboa um grande pregador do Evangelho e um intercessor poderoso: concedei-nos seguir fielmente os princípios da vida cristã, para que mereçamos tê-lo como protector em todas as adversidades.

Por Jesus Cristo, Nosso Senhor.

Amen